04/04/2016

Pesquisa

laboratory-glassware-1440962Atualmente o Brasil importa 93% de todos os insumos necessários à fabricação de medicamentos, gerando um déficit na balança comercial de mais de 10 bilhões de dólares. Além disso, a independência na produção de fármacos é uma questão estratégica e de segurança nacional. Portanto, temos que diminuir, o mais rápido possível, a dependência externa do setor. devemos fortalecer os grupos de pesquisa que têm potencial para contribuir efetivamente para alavancar a indústria farmoquímica e estimular o surgimento de uma indústria farmacêutica forte e inovadora.

O setor farmacêutico passa por um momento de discussão e implantação de iniciativas que visam reduzir custos e prazos para lançamento de novos medicamentos. Isso envolverá um processo de pesquisa e desenvolvimento mais racional e eficaz, que passa por aspectos tecnológicos e evolução de procedimentos. O que se pode verificar é que a verticalização não é mais o padrão competitivo dominante. Os grandes avanços estarão baseados na integração virtual. Terceiriza-se frequentemente, as etapas de desenvolvimento através de parcerias com outras empresas e instituições de pesquisa. Saber relacionar-se com outros agentes é uma competência essencial para acelerar a colocação de um produto inovador no mercado, assim como para suprir os gap´s de competências tecnológicas.

Vislumbrando esse mercado e a geração de inovação tecnológica na área de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, O NPDM atuará através de parcerias público privadas com indústrias nacionais e internacionais, estreitando o relacionamento com entre a academia e setor produtivo.

O projeto do NPDM foi idealizado para, através da competência acadêmica existente na Universidade Federal do Ceará, atender a crescente demanda da indústria farmacêutica nacional, atuando em todas as etapas da cadeia de desenvolvimento do medicamento desde a química farmacêutica, passando pela caracterização farmacológica e toxicológica pré-clínica, até os estudos clínicos de Fases I, II, III e IV.

Ao longo dos anoso NPDM deve conquistar a sustentabilidade financeira e autonomia administrativa, ampliar a competência acadêmica existente no setor de PD&I de medicamentos multiplicando o seu potencial de trabalho, além, de se tornar uma referência na capacitação de recursos humanos.
Diante dessa demanda da indústria farmacêutica, que busca reduzir custos no desenvolvimento de medicamentos é extremamente oportuno o fortalecimento de polos farmacêuticos no País. Diferentemente dos avanços ocorridos trazidos pela regulamentação dos medicamentos genéricos, o que se apresenta é uma janela de oportunidade para o Brasil absorver (e gerar) conhecimento ligado à inovação. Esse fortalecimento deve passar ainda pelo setor farmoquímico, para redução de nossa dependência de matérias-primas importadas. Conclui-se que, construir polos farmacêuticos com indústrias inovadoras é uma questão estratégica ao país. No âmbito regional, o NPDM deverá estimular a nucleação de indústrias e contribuir para consolidar um polo industrial farmacêutico no Estado do Ceará.
Por fim, espera-se que o NPDM nos próximos anos, através da integração entre governo, academia e indústria, possa contribuir com o desenvolvimento de diversos produtos inovadores, desde a descoberta de novas moléculas e alvos terapêuticos até o estudo de fármacos que poderão ampliar o acesso aos medicamentos, aumentando a expectativa de vida e melhorando a qualidade de vida do povo brasileiro.